quarta-feira, 22 de abril de 2009

Guerra 1/2


“não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” > 1 coríntios 10.13

lucas e márcio não se conheciam. os dois haviam recentemente se tornado cristãos e antes da conversão possuiam um estilo de vida muito semelhante: eram apaixonados pelos prazeres da noite. conheciam os melhores locais para dança, paquera e entretenimento da cidade. quem é jovem e não tem um amigo assim? aquele que de quinta a domingo desaparece, conhece algum?

ao aceitarem Jesus Cristo como Salvador pleno, realizaram uma drástica mudança de direção no comportamento. converteram todos os caminhos e gostos pessoais para Aquele que os chamara pendurado numa cruz. eram recém batizados, desfrutavam das delícias do primeiro amor, amor este que os constrangia a não mais seguir seu próprio coração falho e enganoso, mas a submeterem-se espontaneamente ao senhorio deste Redentor Maravilhoso.

certa noite lucas caminhava próximo a uma das ruas mais movimentadas onde costumava frequentar danceterias. ele era do tipo descolado que conhecia grande parte dos frequentadores e funcionários das diversas casas. ouvir o atraente som da batida eletrônica era suficiente para despertar em lucas os desejos de um passado nada distante que o satisfizera momentaneamente. e foi assim que se aproximou apenas para olhar o ambiente, como dizem por aí, “ver apenas o que estava rolando“. ao fazer, deparou-se com amigos antigos que insistentemente o convidavam a largos sorrisos sinceros. lucas acenou e titubeou. puxou assunto com o segurança sobre a música da noite, se a casa andava cheia, etc.. logo sentiu uma forte impressão espiritual e se afastou para pensar.

a velha história das vozes na mente e dos anjinhos disputando decisões, começou a fazer sentido e se concretizar naquele momento. pensou consigo: “não posso, isso é vazio demais, mentiroso, eu já provei de tudo, conheço os passos do jogo, sei onde isso vai parar”. a música tocando neste momento fora sua predileta. aproximou-se novamente, acenou para os amigos como se estivesse aguardando alguém, foi até o guichê de entrada, parou na fila apenas para ouvir mais de perto a canção.

novamente anjinhos, vozes, dúvida, impressão espiritual, a guerra estava travada. os poucos minutos de dúvida pareciam-lhe eternos. lucas sentia-se angustiado simplesmente por permitir-se ter saudade. mais triste ainda era ouvir a canção e reviver o mesmo prazer passeando pelo corpo, as imagens passadas tomando conta da mente. lucas decidiu entrar.

no guichê foi recebido com espanto: “lucas!!! quanto tempo, como está? escolheu a melhor noite para voltar querido, vou te colocar no vip pelo preço de pista…”. as palavras da atendente pareciam não fazer sentido. sorriu disfarçadamente agradecendo e sem graça despediu-se com uma pulseira nas mãos. aparentemente a luta havia encerrado, lucas decidira entrar e sentir novamente tudo o que havia abandonado por Cristo, mas em seu coração apertado, dividido e temeroso, sabia não estar fazendo a vontade de Deus. lembrava-se de versos e canções que aprendera na igreja, a companhia dos anjos de luz, a cena de Cristo no calvário, luta, luta, luta.

desesperado correu com a pulseira na mão enquanto lágrimas escorriam-lhe pela face. por que era tão difícil vencer? como num surto repentino não mais hesitou. neste momento a música parecia-lhe mais alta, os sorrisos mais atraentes, as mulheres e os sabores mais vivos na mente. lucas então rasgou a pulseira e caminhou em direção oposta até que o som cessou. ainda atordoado e ressentido pela luta, sentia-se vitorioso e grato a Cristo e ao Espírito Santo pelo incansável trabalho em sua vida.

a cena de márcio é muito semelhante. na mesma noite em que lucas caminhava por ali, ele também caminhava. a música era a mesma, os colegas e funcionários, as mulheres, as cores, tudo era igual. a diferença é que márcio olhou para tudo aquilo, parou por alguns segundos, sorriu indecifradamente e continuou caminhando em direção a sua casa.

pergunta: qual dos dois obteve maior vitória?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O GRITO




“aí jesus deu um grito forte e morreu” (marcos 15:37 ntlh).

não há um jeito mais humano de morrer - um grito. na cruz, os lábios que só conheciam benção, louvor e cura são de repente violados por um grito - expressão que ultrapassa as barreiras do tempo, do espaço, da linguagem, e comunica mais que as próprias palavras.

sombras intrusas roubam as cores do espetáculo sinistro que toma lugar. escuridão.. se em seu nascimento houvera luz à meia-noite, em sua morte há trevas ao meio-dia. ausência de luz, denunciando a ausência do pai. e um grito de dor. nada poderia feri-lo com maior intensidade do que a estranha sensação de abandono do céu.

o quadro romântico que os artistas pintaram ao longo da história não passa de uma fórmula adulterada da cena vexatória protagonizada por um homem nu. na bíblia, nudez é um símbolo de pecado. onde há nudez, há pecado. foi assim no éden, na criação, quando o primeiro casal pecou. foi assim depois do dilúvio, na recriação, quando noé pecou. é assim na mensagem profética para a última igreja, nas cartas do apocalipse. o mesmo aconteceu na cruz.. ali, sobre dois toscos pedaços de madeira, toda vergonha do mundo repousava num só homem. Deus estava nu. em cristo, Deus tomou nosso pecado. carregou todas as vergonhas consigo, mas nem sequer uma delas era sua. era peso demais. era estranho demais.

e um grito cortou o coração da mãe, sangrou o coração do pai, mas dividiu a história em duas. um grito rasgou o diafragma do pecado e alcançou o céu, para dar sentido a todos os gritos de quem se sente perdido, mas não encontra em si meios de salvação.

as dores de cristo são a cura para cada alma perdida. o grito da cruz é a melodia do céu, é a canção dos salvos. que esse grito encontre eco em seu coração hoje. que você encontre vida em cristo.


e descanse.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

EU ACRETIDO


Eu acredito em um Deus e criador
Eu acredito em um Cristo sofredor
Acredito que Ele ama mais que eu posso merecer
Morreu para dar vida ao que crer

Eu acredito na completa redenção
Eu acredito na divina intervenção
Acredito que há mais pra ver do que eu posso enxergar
Descanso, na promessa esperar

Eu não me envergonho
De um Deus que me sustenta e me mantem
Sabendo quem eu sou e quem eu falho em ser
Declarado justo, pelo Seu poder escolho crer
Senhor e Rei, escolho crer

Eu acredito na esperança do amanhã
Eu acredito no poder da oração
Acredito que Sua lei está dentro do meu coração
Guiando meu caminho e visão

Eu não me envergonho
De um Deus que me sustenta e me mantem
Sabendo quem eu sou e quem eu falho em ser
Declarado justo, pelo Seu poder escolho crer
Senhor e Rei, escolho crer

Um dia eu verei a mão em que eu confio
Recebo novas vestes, sou chamado filho.

Eu não me envergonho
De um Deus que me sustenta e me mantem
Sabendo quem eu sou e quem eu falho em ser
Declarado justo, pelo Seu poder escolho crer
Senhor e Rei, escolho crer