quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Escravos


"porquê, quando vocês eram escravos do pecado..." romanos 6.20

existe um perigo ao falar sobre pecado. agora mesmo estava pensando em uma ilustração de alguém que estava em pecado, ou que parecia ser uma boa pessoa mas estava em pecado, mas esse é o problema, irei julgar, e não tem como falar dos outros. e esta é a questão quando falamos de pecado, é pessoal. sabemos que o pecado têm proporções cósmicas já que o céu está envolvido em nossa salvação, mas mesmo assim, no dia a dia, não vemos serpentes que falam, e não vemos a Deus, portanto tudo se torna confuso.

falar de pecado é complicado porquê falar de pecado é falar de coisas que ninguém quer falar. por isso que agente circula o tema discutindo sobre quando começou e que o salário é a morte e tudo mais. mas o nosso pecado, continua ali, quieto, nosso. como disse Davi em um de seus salmos - "meu pecado está sempre diante de mim" salmo 51.3. o que posso dizer de mim é que sei que o pecado é uma prisão. somos escravos do pecado até o ponto de entendermos que não podemos fazer nada sobre isso. então permitimos que Cristo tome controle. mas como isso funciona você diz? bom, basicamente, pedindo primeiramente. o problema do pecado é que não têm solução, é a quebra de um relacionamento antes de ser a quebra de um mandamento. relacionamento envolve pessoas, portanto não têm solução. a não ser que a pessoa traída resolva o problema. e sim Cristo resolveu o problema e você acredita nisso mas continua preso ao seu pecado, voltando para o mesmo "beco". e as vezes você como eu chega a acreditar que é impossível sair, parar com aquilo que te dá prazer, porquê se não tivesse prazer pra nós talvez não faríamos de novo. pecado é egoísta.

o mesmo Davi que falou que seu pecado estava sempre diante dele é o mesmo que conhece a solução:
"com todo meu coração Te busquei, não me deixe desviar dos Teus mandamentos;
escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti." salmo 119.10-11
Davi buscou com o coração os mandamentos, a vontade de Deus. no mesmo coração guardou as palavras de Deus para que ele não pecasse mais. a solução está completamente imbutida na palavra de Deus.

pessoalmente eu sei que quanto mais eu deixei de passar momentos a sós com Deus, meditando na Bíblia para conhecer a vontade DELE, foram exatamente nestes períodos que vacilei. Deus quer manter um relacionamento real com você mas isto somente é possível através da Bíblia e hoje vivemos em uma geração que têm coisas mais interessantes para ler e pouco tempo, portanto o que disse acima é redundante e normal. mas sinceramente não existe nenhum outro método de saber a vontade deste Deus que quer nos libertar de nosso pecado e nos santifica a cada dia para sermos completamente salvos por Ele a não ser em Sua palavra - a Bíblia. um grande amigo já dizia, Deus não pode glorificar a quem Ele não pode santificar. existe saída da prisão, mas esta saída é por uma porta estreita chamada Cristo seguida de um caminho estreito de obediência e submissão a vontade de Deus. então chegará uma vontade Divina de não querer mais ser como o mundo, como um jogador de futebol ou como um roqueiro, com uma atriz de televisão ou uma modelo mas de ser mais e mais como Cristo. isto irá mudar tudo. nada fica igual. quando um ser humano busca isso, Cristo não deixa nada igual.
santidade, pureza, arrependimento, conversão são dons de Deus para aqueles que os buscam. se nós pedíssemos todas as manhãs estas coisas eu tenho medo de qual seria o resultado. a multidão de jovens munidos do espírito de Deus que seriam luz e sal neste mundo. reconhecendo que não são nada e dependendo de Deus para todas as coisas. mas enquanto isso discutimos música, jóias, o que pode e não pode, e comparamos a Bíblia a nossa opinião e vasta experiência. Cristo irá buscar aqueles que mantiveram um relacionamento com Ele nesta terra, isto somente é possível através de humildade diante da Bíblia e quando digo Bíblia não digo 5 minutos de Salmos e Provérbios. é abrir a Bíblia como se o próprio Deus estivesse a falar conosco. quando isto é entendido, nunca fica nos 5 minutos, nunca. é mais fácil pensar na possibilidade de sair da prisão quando temos a chave da porta conosco.
escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti. salmo 119.11

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sobre o INFERNO


Alguém me perguntou se eu acretido na existência do inferno, o lugar onde Deus aprisiona as almas condenadas por toda eternidade em sofrimentos sem fim. Não Respondi. Contei uma estória para que a pessoa chegasse à sua própria conclusão.
Era uma vez um velhinho muito simpático que morava numa casa cercada de jardins. O velhinho amava o seu jardim e cuidava dele pessoalmente. Na verdade fora ele que pessoalmente o plantara - flores de todos os tipos, árvores frutiferas das mais variadas espécies, fontes, cachoeiras, lagos cheios de peixes, patos, gansos, garças. Os pássaros amavam o jardim, faziam seus ninhos em suas árvores e comiam dos seus frutos.
Tão bom era o velhinho que o seu jardim era aberto a todos: crianças, velhos,namorados, adultos cansados. Todos podiam comer de suas frutas e nadar nos seus lagos de águas cristalinas.
O velhinho amava todas as criaturas e havia sempre um sorriso manso no seu rosto. Prestando-se um pouco de atenção, era possível ver que havia profundas cicatrizes nas mãos e nas pernas do velhinho. Contava-se que certa vez, vendo uma criança sendo atacada por um cão feroz , o velhinho para salvar a criança, lutou com o cão e foi aí que ganhou suas cicatrizes.
Os fundos do terreno da do velhinho davam para um bosque misterioso que se transformava numa mata. Era diferente do jardim,porque a mata, não tocada pelas mãos do velhinho, crescera selvagem como crescem todas as matas. Quando o sol se punha e a noite descia, o velhinho tinha um hábito que a todos intrigava: ele se embrenhava pela mata e desaparecia, só voltando para seu jardim quando o sol nascia. Ninguém sabia direito o que ele fazia e estranhos rumores começaram a circular. Começaram, então, a espalhar o boato de que o velhinho, quando a noite caía, se transformava num ser monstruoso, parecido com lobisomem, e que na floresta existia uma caverna profunda onde o velhinho mantinha acorrentadas, pessoas de quem ele não gostava, e que seu prazer era torturá-las com lâminas afiadas e ferros em brasa. Lá- assim corria o boato- o velhinho babava de prazer vendo o sofrimento dos seus prisioneiros.
Outros diziam, ao contrário, que não era nada disso. O que acontecia era que o velhinho era um místico que amava as florestas e entrava no seu escuro para ficar em silêncio, em comunhão com o mistério do Universo.
Você decide. Você decide em que versão acreditar. Note bem: Ninguém jamais entrou na floresta escura. Tudo o que há são fantasias de homens cruéis e vingativos. Fantasias de homens movidos pelo o amor.
Se você se decidir por acreditar que o velhinho tem uma câmara de torturas que lhe dá prazer, então você tem de acreditar também que ele é um monstro igual aos torturadores que brincam com as crianças durante o dia e torturam pessoas indefesas durante a noite. Eu não poderia amar um velhinho assim. Você poderia? Diante de um velhinho assim a gente sente é horror, jamais amor.
Quem acredita que Deus tem uma câmara de torturas eterna não pode amálo. Só pode temê-lo. Mas como Deus é amor, aquilo que é temido não pode ser Deus . Só pode ser o Diabo. Mas, se você acreditar que tal câmara de torturas não passa de uma invenção do coração malvado dos homens, então você amará o velhinho cada vez mais.
Imagino que o velhinho deve ter chorado amargamente quando ficou sabendo dos boatos que os homens estavam espalhando. Acho que Deus chora também quando os religiosos, que se dizem a seu serviço, espalham esses boatos de que ele se diverte com o sofrimento dos presos na sua câmara de torturas. Se o velhinho não fosse tão bom, acho que seriam esses que ele enviaria para uma temporada de curta duração no inferno, se ele existisse...

Rubem Alves